Arco 1 Capítulo 1

 Arco 1: O Laço Desprezado (Capítulos 1-20)

Este arco foca na sua infância dentro do Clã Hyuuga, a sua amizade profunda e protetora com Hinata, a crescente pressão do clã devido à sua incapacidade de despertar o Byakugan, e o seu eventual exílio.


Capítulo 1: A Sombra Sob o Sol Poente

O cheiro de madeira de sândalo e a disciplina austera preenchiam o ar do dojo principal do Clã Hyuuga. Era um cheiro que eu aprendi a associar com fracasso. Com os pés descalços no tatame frio, eu ofegava, tentando me recompor. À minha frente, meu pai, Kenji Hyuuga, tinha uma expressão que era uma mistura de irritação e vergonha.

"De novo, Kaito," ele ordenou, sua voz era fria e não tinha o calor paternal. "A postura básica do Punho Gentil. Concentre-se. Sinta o fluxo de chakra. Sinta... qualquer coisa."

Eu me reposicionei. Pernas flexionadas, uma mão estendida, a outra recolhida. Eu fechei os olhos com tanta força que vi pontos de luz, tentando desesperadamente sentir o que todos os outros no meu clã pareciam sentir sem esforço. O chakra estava lá, eu sabia que estava. Eu podia moldá-lo, liberá-lo em pulsos básicos, mas a visão de 360 graus, a capacidade de ver os pontos de chakra de um oponente... era um livro escrito em uma língua que eu não conseguia ler. Meus olhos, de um castanho comum, permaneciam teimosamente normais.

"Seus movimentos são brutos," Kenji criticou, circulando ao meu redor como um falcão. "Você depende da força, não da precisão. O Punho Gentil é uma dança, não uma briga de rua. Sem o Byakugan para guiar seus golpes, você não é nada mais do que uma criança agitando os braços no escuro."

Cada palavra era um golpe direto no meu tenketsu, mesmo sem o contato físico. Eu cerrei meus dentes e aguentei. Era a minha rotina diária. Treinamento brutal, críticas cortantes e o peso esmagador do desapontamento da minha família. Eu era uma falha na linhagem principal do clã mais nobre de Konoha.

A sessão de treinamento só terminou quando o sol começou a se pôr, pintando o céu de laranja e roxo. Meu pai me dispensou com um aceno de desdém, sem sequer olhar para mim enquanto se retirava para os aposentos internos do complexo. Fiquei sozinho no dojo vazio, com os músculos doloridos e o espírito mais ainda.

Foi quando eu a ouvi. Passos suaves, hesitantes, quase inaudíveis.

"K-Kaito-kun?"

Virei-me e vi Hinata

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